Chegaremos ao bide

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Chegaremos ao bidê
Há quem acredite que o que pensa e faz é o padrão de pensar e fazer do mundo. Quando algo não se encaixa no seu modelo de vida, reage com estranheza ou desdém. São respostas de mentalidades primárias, enquadradas nos limites de alguns costumes. O ambiente mais prazeroso é sempre o ambiente mais vário. O…
Crônicas 792
Há quem acredite que o que pensa e faz é o padrão de pensar e fazer do mundo. Quando algo não se encaixa no seu modelo de vida, reage com estranheza ou desdém. São respostas de mentalidades primárias, enquadradas nos limites de alguns costumes. O ambiente mais prazeroso é sempre o ambiente mais vário. O padrão me deixa dentro de um cercadinho cheio de podes e não podes, ou de licenças e interditos; a variedade cultural me oferece opções e me provoca a experienciá-las.
Atualmente, a maior parte dos cientistas sociais considera impróprio dizer que uma cultura é superior a outra. Podem-se reconhecer diferenças, não superioridades. Não concordo com isso. Inadequado, a meu ver, é ignorar outros estágios culturais e achar-se situado no topo do progresso.
Há muitos modos de se entender uma sociedade. Observam-se costumes, tabus, rituais, comportamentos públicos e privados. O tratamento dispensado a crianças permite leituras, do mesmo modo que o relacionamento com a comida, o uso de adornos corporais ou os hábitos de higiene. Reflitamos sobre nós, sobre um costume generalizado que temos, mas que não me parece tão adequado assim.
Já contamos algumas gerações cultivando o hábito de limpar a bunda após defecar. No início era o mato. Ia-se ao mato e com mato se limpava. A bananeira foi uma evolução, a folha macia fez sucesso. O milho trouxe o sabugo. Limpar-se com sabugo é do tempo das latrinas, as casinhas no fundo do quintal, armadas sobre uma fossa. Havia um banco com um buraco e um estoque de sabugos. As pessoas faziam o seu cocô, que se ia amontoando, fermentando e alimentando vermes. As galinhas comiam esta sopa e as pessoas comiam

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