Chagas
Grupo desenvolveu composto capaz de inibir enzima de protozoário.
Ideia é deixar tratamento com menos efeitos colaterais aos pacientes.
Do G1 São Carlos e Araraquara
Pesquisadores chegaram ao composto após 15 anos de estudos (Foto: Marlon Tavoni/EPTV)
Pesquisadores chegaram ao resultado do composto após 15 anos de estudos (Foto: Marlon Tavoni/EPTV)
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, descobriram uma forma de deixar o tratamento contra a doença de chagas mais eficaz e com menos sofrimento ao paciente. Após 15 anos de estudos, eles desenvolveram um composto capaz de inibir a enzima do Trypanossoma cruzi, protozoário responsável pela patologia, e impedir que o parasita se desenvolva no organismo.
Atualmente existem apenas dois medicamentos capazes de amenizar os sintomas da doença, que ainda não tem cura. Os pacientes que tomam remédios reclamam dos efeitos colaterais. A ideia dos pesquisadores é, a partir desse trabalho, desenvolver um medicamento com princípio ativo mais seletivo que age somente nas áreas afetadas pelo parasita.
"Quanto maior a seletividade, maior será a eficácia desse medicamento, reduzindo então a dosagem que vai ser utilizada dele e o tempo requerido para o tratamento", explicou o professor Adriano Andricopulo, que lidera o grupo de estudos.
Pesquisa
A equipe de pesquisa inseriu o composto em contato com as células humanas infectadas pelo Trypanossoma. O objetivo era matar os parasitas, disse a pesquisadora Wanessa Fernanda Altei. “A proteína fica bloqueada por uma pequena molécula e isso vai impedir que ela exerça a sua função principal”, relatou o pesquisador Rafael Guido.
A partir de agora o composto será testado em animais. Caso a enzima do protozoário seja completamente eliminada, a previsão é que em cinco anos possa existir um novo remédio para combater a doença.
Segundo Andricopulo, a descoberta deve ajudar também a