chagas
NOVAS PERSPECTIVAS NO DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO doença de Chagas, ou tripanosomíase americana, afeta cerca de 17 milhões de indivíduos, de acordo com estimativas da Organização
Mundial de Saúde. No Brasil, estimam-se cerca de 6 milhões de pessoas infectadas, com uma população de risco em torno de 20 milhões de habitantes. Esta doença tem como agente etiológico o
Trypanosoma cruzi, um protozoário flagelado. A associação do T.cruzi com a doença, bem como o ciclo do parasito na natureza, foi primeiramente descrita graças ao trabalho de Carlos Chagas no início do século. O ciclo do T.cruzi na natureza envolve dois hospedeiros, um inseto triatomíneo (vulgarmente chamado de barbeiro ou chupão) e um mamífero. Quando o triatomíneo, um inseto hematófago, alimenta-se com o sangue de um mamífero (que pode inclusive ser o homem) infectado pelo T.cruzi, o mesmo ingere parasitos na forma tripomastigota, que é a forma que circula no sangue. Estes tripomastigotas transformam-se em epimastigotas na porção anterior do intestino do inseto. Diferentemente dos tripomastigotas que são formas infectivas e não-replicativas, os epimastigotas são capazes de se multiplicar e não são infectivos. Após vários ciclos de replicação, os epimastigotas migram através do intestino do inseto vetor e, nas porções terminais, diferenciam-se em tripomastigotas metacíclicos, que são formas infectivas. Durante o repasto de sangue do inseto no hospedeiro vertebrado, ocorre a dilatação do abdome do triatomíneo e as formas tripomastigotas metacíclicas são liberadas nas fezes e urina do inseto, penetrando no interior do hospedeiro vertebrado através da pele (no local do ferimento provocado pela picada) ou através de mucosa. Uma vez na circulação, os tripomastigotas metacíclicos interiorizam-se em células, seja através da fagocitose promovida pelos macrófagos, seja através da penetração ativa em células não-fagocíticas, como células musculares. No interior