Ceticismo
O ceticismo filosófico se distingue do ceticismo metodológico no sentido em que o ceticismo filosófico é uma abordagem que nega a possibilidade de certeza no conhecimento, enquanto que o ceticismo metodológico é uma abordagem que submete todos os conhecimentos ao escrutínio, com o objetivo de separar a verdade de afirmações falsas.
O termo ceticismo vem do sképsis, que significa “investigação”, “procura” ele quer indicar mais precisamente que a sabedoria não consiste no conhecimento da verdade, mas na sua procura. De fato, o ceticismo sustenta que o homem não pode conhecer a verdade, mas somente procurá-la.
Conhecer a verdade compete a Deus; investigá-la, ao homem. Existem, pois, duas espécies de sabedoria: uma divina, e outra que consiste na investigação da verdade. Antes de Platão e Aristóteles, já se desenvolvera a Grécia uma orientação filosófica essencialmente cética, o famoso movimento dos sofistas. Ele se revigorou e se difundiu largamente durante o período do helenismo, principalmente depois que se tornou a doutrina oficial da escola de Platão, a Academia. Os principais expoentes do ceticismo são Pirro, Carnéades e Sexto Empírico. Pirro é considerado geralmente como fundador do movimento; viveu entre 360 e 270 a.C. depois de participar, como cavaleiro, da campanha de Alexandre Magno no Oriente, voltou para Elís, sua pátria, onde fundou uma escola de Filosofia. Ensinou uma forma de ceticismo radical. Partindo do princípio de que as coisas são inatingíveis ao conhecimento humano, Pirro conclui que para o homem a única atitude cabível é a suspensão (epoché) total do juízo; não se pode afirmar de coisa alguma que seja verdadeira ou falsa, justa ou injusta, e assim por diante. Essa suspensão do juízo leva a considerar todas as coisas como indiferentes ao homem e, consequentemente, a não dar preferência a uma coisa em relação à outra. De modo que a suspensão do juízo já é, por si mesma, uma ataraxia, ausência de