Cesário verde
José Joaquim Cesário Verde nasceu em Lisboa em 1855. O pai era um abastado comerciante de ferragens, com estabelecimento na Rua dos Fanqueiros. Dedicava-se também à agricultura na sua granja de Linda-a-Pastora. Cedo, pois, Cesário Verde se familiarizou com o balcão e com a terra, com a cidade e o campo.
Aos 18 anos publica os primeiros versos e matricula-se (sem seguimento) no Curso Superior de Letras. Aí se relaciona com a mocidade letrada de então, principalmente, com Silva Pinto, amigo "para a vida e para a morte".
A partir daí vão saindo periodicamente as suas publicações: "Num Bairro Moderno"(1877), "Em Petiz" (1878), "O Sentimento dum Ocidental" (1880), "Nós" (1884). Não são bem recebidas pelos seus contemporâneos. Ramalho Ortigão, Teófilo Braga e Fialho de Almeida chegam a criticá-lo.
Queixa-se aos amigos de falta de saúde e morre com 31 anos, em Caneças, onde se houvera fixado à procura de bons ares, vitimado pela tuberculose.
Quando morreu, não reunira ainda em volume as suas poesias. Foi o seu amigo, Silva Pinto, quem editou em 1887 o Livro de Cesário Verde.
A POESÍA
A poesia de Cesário Verde, prefiguradora de uma modernidade estética só inteiramente reconhecida após a sua morte, dificilmente cabe nas classificações da história literária. Se a representação pictórica dos ambientes e a descrição plástica da realidade o aproximam do Realismo e do Parnasianismo, se o interesse pelos fracos e humildes ecoa influências românticas e baudelairianas, não é menos verdade que a imaginação do poeta o conduz, muitas vezes, a uma recriação impressionista ou fantasista da realidade devedora da estética simbolista. Filho de um comerciante com loja de ferragens em Lisboa e uma exploração agrícola em Linda-a-Pastora, passa a infância entre os ambientes citadino e rural, binómio que será marcante na sua obra. Em 1873, matricula-se no Curso Superior de Letras, que não chegará a concluir, mas onde trava conhecimento com figuras da vida