centauro no jardim resenha
Acho que o autor usou a figura mitológica do centauro porque ele nos traz certa dualidade, pois é como se fosse dois em um, meio cavalo, meio humano, isso também remete a dualidade da vida em sociedade, aonde se precisa unir a sociedade o individualismo. Isso traz uma referencia aos Judeus, pois a figura do centauro mostra uma divisão étnica e religiosa dos judeus, um povo que era perseguido por sua diferença social, que eram vistos de maneira desigual pelas outras sociedades.
“Eu deitado sobre a mesa. Um bebê robusto, corado; choramingando, agitando as mãozinhas – uma criança normal, da cintura para cima. Da cintura para baixo: o pêlo de cavalo. As patas de cavalo. A cauda, ainda ensopada de líquido amniótico, de cavalo. Da cintura para baixo, sou um cavalo. Sou – meu pai nem sabe da existência deste substantivo – um centauro. Centauro.” (p. 21).
Tita, que era a sua esposa, ao conversar com uma amiga em São Paulo, revelou que Guedali, na realidade, não era um centauro. Guedali nunca foi um centauro, mas a vida toda se imaginou um centauro, numa autoimagem falsa de si. muitas vezes as pessoas constroem uma imagem para si, alguns têm consciência disso, outros se identificam com isso a ponto de não se reconhecerem de outra maneira. Mas se imaginar centauro chega a extrapolar a fantasia. E Guedali, piamente, acreditava na fantasia que criou.
Uma relação do centauro com o povo gaúcho seria a idealização do homem gaúcho sentado em seu cavalo, pois isso é um ícone do nosso estado, e também seria mais uma teoria para que Guedali se imaginasse assim já que ele lia muitos livros sobre a nossa cultura.