Caçada aos Bosnegers
Com a guerra durante a invasão holandesa, muitos engenhos foram destruídos ou desorganizados, o que facilitou a fuga de escravos. De 300 escravos que vinham da Angola a caminho do Brasil, certamente alguns fugiram para a mata graças à recente nova organização. Esses fugitivos assaltavam casas e moradores do interior. Em documentos, os holandeses os chamavam de “bosnegers”, e muitos deles provavelmente foram para o quilombo de Palmares. Depois de ganharem as matas, os bosnegers começaram a realizar ataques surpresa a engenhos e casas. Em Pernambuco a fuga de escravos sempre foi um problema, mas com a chegada dos holandeses esse problema mudou de mãos e criou maiores proporções. As tropas da WIC enfrentaram a guerra de emboscadas, que era muito diferente do modelo de combate frontal entre grandes exércitos. Os soldados holandeses tinham que conhecer bem a geografia do local, para não ficarem perdidos na mata, e para isso contaram com a ajuda de índios tupis e tapuias. Com tempo, muitos escravos começaram a se tornar soldados da WIC e a servir a WIC em várias áreas. É possível que eles tenham ganhado liberdade após três anos no serviço militar. Outros permaneceram com seus senhores e foram como soldados a resistência dos holandeses. Os soldados holandeses passaram por situações difíceis nas guerrilhas. Os negros que os encontravam os matavam. O engraçado era que depois esses soldados iriam formar bandos de salteadores. Mesmo durante a guerra dos holandeses navios trazendo negros continuavam a atracar no porto, realidade que mudou um pouco depois da conquista dos mesmos sobre Pernambuco. O quilombo dos Palmares provavelmente começou a se formar no século XVI. Entre os anos 1570 e 1590 o número de engenhos mais que dobrou, e necessitavam de mais mão de obra, o que voltou a aumentar o número de escravos que chegavam a Pernambuco. A invasão holandesa interrompeu o abastecimento de escravos que chegou a alcançar a marca de 4.000