Causalidade de David Hume
Posted on 4/21/2010 by Andreia Barbosa | 0 comentários
Segundo Hume, tudo o que podemos conhecer refere-se a relações de ideias e questões de facto. As questões de facto revelam proposições do conhecimento do mundo em que a verdade só pode ser conhecida mediante a experiência, isto é, temos de observar o mundo dos factos para verificar se elas são verdadeiras ou falsas.
Exemplo: “Amanhã vai chover.” Este é um juízo cujo valor de verdade não pode ser decidido pela simples inspecção a priori, ou seja, temos de a confrontar com uma verificação experimental, isto é, a sua verdade ou falsidade só pode ser determinada a posteriori. Ao contrário das relações de ideias, não há qualquer contradição na negação de um conhecimento de facto. As proposições de facto podem ser verdadeiras, mas também é possível que venham a revelar-se falsas. Logo, se a proposição “Amanhã vai chover” for negada, esta não irá violar o princípio lógico da não contradição. São assim, proposições contingentes. Apesar da probabilidade dada pelos boletins meteorológicos de que amanhã irá chover é logicamente possível que isso também não aconteça.
Mas, se todo o conhecimento começa com a experiência, e se os juízos que podemos fazer a partir dessa experiência são particulares e contingentes, como podemos validar o conhecimento científico que ambiciona confiar em juízos universais e necessários? Qual a legitimidade de passar de um juízo particular para um juízo universal? O que nos permite dizer que “toda a causa tem um efeito”? O PROBLEMA DA CAUSALIDADE
Todo o nosso conhecimento fundamental do mundo é alcançado através da nossa experiência com o mundo. Todas as nossas crenças têm de ser justificadas através do que sentimos e observamos. A relação causa-efeito é uma das formas de associação das questões de facto.
Sobre a relação causa-efeito vejamos o que Hume nos diz:
«Ao olharmos, à nossa volta, para os objectos externos e ao