CASTORIADIS, C. A instituição e o imaginário: primeira abordagem. A INSTITUIÇÃO IMAGINÁRIA DA SOCIEDADE. Paz e Terra: Rio de Janeiro, 1982.

2257 palavras 10 páginas
CASTORIADIS, C. A instituição e o imaginário: primeira abordagem. A INSTITUIÇÃO IMAGINÁRIA DA SOCIEDADE. Paz e Terra: Rio de Janeiro, 1982.

AS INSTITUÇÕES – CONCEITO, CONSTESTAÇÕES, REFLEXÕES

A instituição é uma rede simbólica, socialmente sancionada, onde se combinam em proporções e em relações variáveis um componente funcional e um componente imaginário.

O papel que a instituição preenche na sociedade, segundo a visão corrente – econômico-funcional – remete-se na economia de conjunto da vida social. “(...) as instituições representam a cada vez os meios adequados pelos quais a vida social se organiza para adaptar-se às exigências da infra-estrutura” (pág. 140).

Essa visão funcionalista desencadeia alguns questionamentos e contestações. Uma delas é o fato da instituição se limitar a sua funcionalidade, ou seja, limitando-se apenas a preencher as funções vitais da sociedade. Outro ponto contestado refere-se à correspondência real-racional dada pela instituição às necessidades reais de uma sociedade. “Quais são as necessidades reais de uma sociedade, que as instituições se destinam a servir?”.

Para que as sociedades existam e sobrevivam é necessário que uma série de funções sejam preenchidas (produção, gestação, educação, etc), além disso, suas necessidades são suscetíveis a mutações, tendo estas que serem capazes de inventar e re-inventar formas de suprir tais necessidades.

A visão funcionalista, então, é questionada e contestada na medida em que não preenche determinadas funções ocasionando em conseqüências prejudiciais para a sociedade em questão. E na medida em que institui e utiliza meios que não atendem as reais necessidades das sociedades.

É interessante ressaltar que tudo que nos é apresentado, no mundo social-histórico, está indissociavelmente entrelaçado com o simbólico. Encontramos primeiramente o simbólico na linguagem. Também o encontramos nas instituições, sendo que só podem existir no simbólico. Por exemplo, um poder instituído,

Relacionados