Caso Nissan - Sérgio Alves
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Sérgio Alves
A empresa Nissan foi constituída em 1911, quando M . Hashimoto, engenheiro treinado nos EUA, fundou em Tóquio um pequena fábrica de automotores com a ajuda financeira de três amigos. Só em 1933 a empresa foi denominada com o seu nome atual. As vésperas da Segunda
Grande Guerra, era o segundo maior fabricante de veículos do Japão. Na década de 50, inicia-se um longo período de conflitos entre o sindicato de trabalhadores a administração da empresa, que perdurou até meados do anos 80. Em 1961, recebe o prémio Deming de qualidade e, nos fins desta década, a empresa exportava 25% de sua produção. Esse período assinala o crescimento e consolidação da empresa.
Nos anos setenta, a Nissan continuava crescendo, mas se prenunciavam graves deficiências no seu desempenho, motivadas pelo grande número de níveis hierárquicos, pela lentidão do fluxo informacional, que seguia as complicadas linhas de comando, por uma esdrúxula divisão de trabalho, pelo excesso de unidades especializadas e divisões regionais, que se comportavam como feudos, pela proliferação de regulamentos, rotinas e procedimentos formais, e por um processo decisório apoiado no uso exagerado do nemawashi. Segundo essa prática, as diretrizes se iniciam na base operacional da empresa, que representa vários grupos.
Quando se chega ao consenso, formalizado na assinatura do documento correspondente, a diretriz começa a ascender através da hierarquia. A falta de acordo em qualquer nível, força o retorno da questão em pauta para reexame pelos escalões inferiores. Quando as diretrizes consensuais chegam ao executivo-chefe, simboliza a concordância alcançada. Essa fase da Nissan é marcada pelo fortalecimento de componentes burocráticos e tradicionais, e pela ausência de uma liderança empresarial transformadora.
Em 1985, em plena crise e com participação decrescente no mercado, o engenheiro Y.
Kume, cuja respeitada e ascendente carreira se deu exclusivamente na Nissan,