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Será possível fazer do Carvão uma energia limpa? por BRUNO ABREU16 agosto 2009 Comentar É o projecto de que todos falam e a tecnologia que todos querem ter: a captura e armazenamento de carbono, a solução para tornar o negro carvão em algo "limpo". Mas os ecologistas contestam-na: é cara, ineficiente e mantém-nos dependentes de uma energia que prejudica o ambiente. Em Portugal, Sines vai ter uma central para produzir este tipo de energia
Pode parecer uma contradição, mas há planos para tornar o negro e sujo carvão numa energia limpa, graças à tecnologia. Mas segundo alguns estudos só em 2030 é que entrará em funcionamento esta ideia que tem suscitado muita controvérsia e discussão entre cientistas, governos e ecologistas. A tecnologia chama-se Captura e Armazenamento de Carbono (CSS, na sigla inglesa) e, como o nome indica, impede que os gases provenientes da queima do carvão sejam enviados para a atmosfera. Em vez disso, há um sistema que os captura e armazena na camada de rocha porosa que existe no subsolo.
"Para sequestrar o CO2 é necessário energia, pelo que mais carvão terá que ser extraído para produzir a mesma quantidade de electricidade. As minas de carvão são extremamente agressivas do ponto de vista ambiental, sobretudo quando se usa a remoção do topo de montanhas", defende Ricardo Sequeiros Coelho, doutorando em Economia do Meio Ambiente. A continuidade na dependência de combustíveis fósseis é uma das principais críticas feitas pelos ambientalistas.
Francisco Ferreira, da Quercus, acrescenta ainda que é inútil investir tanto numa tecnologia que só estará disponível daqui a 20 anos, sem ter certezas quanto aos resultados dela. "Não sou contra a investigação desta tecnologia, mas o medo que temos na Quercus é que haja um desvio de verbas no investimento nas energias renováveis". Reforça com um exemplo: "O financiamento do gás natural e do terminal de Sines foi maior que a aposta nas renováveis".