Carvalho JSF REFLEX ES SOBRE EDUCA O

Reflexões sobre educação, formação e esfera pública José Sérgio Carvalho

A liberdade educa ou a educação liberta?
Carvalho faz uma crítica ao conceito problemático de liberdade e a uma concepção de ensino fundada na racionalidade instrumental que invadiu todos os rumos e espaços do sistema escolar público fundamental e médio e fizeram das escola ambientes falsamente democráticos ou arremedos grosseiros da linha de montagem da produção fabril. A sedução das pedagogias não diretivas d do taylorismo no campo educacional não é nova.
Ele pratica a filosofia como decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, sem haver investigado e compreendido. Ele assinala, a propósito da passagem direta das teorias à prática escolar, que a filosofia não é um estoque de respostas, mas um modo de interrogar a educação.
Essas teorias pedagógicas falam em educação libertadora e parecem se apoiar no exercício da autonomia individual do aluno. A noção de liberdade, nas pedagogias da autonomia, perde sua conotação de fenômeno tangível e público, de natureza política, para se transformar em traço de personalidade passível de ser fomentado a parir de vivências pedagogicamente organizadas.
Arendt participa dessa crítica quando define a escola como um espaço pré-político.
Nessa perspectiva, o ideal de uma formação comprometida com a liberdade parece estar associado a estratégias pedagógicas para o desenvolvimento de capacidades e competências individuais, em geral de natureza psicológica e cognitiva. Daí sua identificação com a vaga retórica da formação do aluno crítico ou reflexivo, supostamente resultante das vivências pedagógicas orientadas para esse fim.
Em uma perspectiva bastante crítica às concepções vinculadas à pedagogia da autonomia, pensadores como Arendt e Azanha sustentam que o vínculo entre formação educacional e liberdade reside menos no tipo de relação pedagógica do que na natureza do compromisso desta com o