cartilha não trabalho infatil
Outubro – 2006
“Permitida a reprodução deste material desde que citada a fonte.”
REALIZAÇÃO
Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável
Secretário Executivo:
Vandré Brilhante
EQUIPE TÉCNICA
Elaboração:
Bárbara Rolim
Joelle Rode
Revisão:
Diolinda Prado
Fábio Müller
Brejo da Cruz
Chico Buarque de Holanda
A novidade
Que tem no brejo da cruz
É a criançada
Se alimentar de luz
Alucinados
Meninos ficando azuis
E desencarnando
Lá no brejo da cruz
Eletrizados
Cruzam os céus do Brasil
Na rodoviária
Assumem formas mil
Uns vendem fumo
Tem uns que viram Jesus
Muito sanfoneiro cego
Tocando Blues
Uns têm saudade
E dançam maracatu
Uns atiram pedras
Outros passeiam nus
Mas há milhões desses seres
Que se disfarçam tão bem
E ninguém pergunta
De onde essa gente vem
São jardineiros
Guardas noturnos, casais
São passageiros
Bombeiros e babás
Já nem se lembram
Que existe um brejo da cruz
Que eram crianças
E que comiam luz
São faxineiros
Balançam nas construções
São bilheteiros
Baleiros e garçons
Já nem se lembram
Que existe um brejo da cruz
Que eram crianças
E que comiam luz
INTRODUÇÃO
O trabalho infantil consiste num dos principais desafios sociais que estão sendo enfrentados no Brasil. Governo e sociedade civil aliam-se para cumprir uma pauta de direitos humanos, alicerce de uma sociedade democrática que almeja a igualdade de oportunidades para todos. Com raízes profundas na história social brasileira, o problema, agravado pelo processo de globalização, vem adquirindo maior visibilidade perante o público nacional e internacional e, por conseguinte, gerando uma forte indignação coletiva.
Partilhando dessa indignação, o Governo brasileiro assumiu o compromisso de erradicar o trabalho infantil não