Carta Magna
Naquela época existiam guerreiros, nobres e duques que juravam defender a majestade a qualquer preço: “Eles morriam, literalmente, pelo seu senhor. Isso formou uma casta guerreira muito interessante. Mas na Inglaterra essa classe vai se rebelar contra o rei por conta de suas arbitrariedades”, contou o professor de História Manoel Affonso.
No século XIII, Ricardo Coração de Leão, um duque francês, dominava a Normandia e, com a guerra, ampliou o controle sobre regiões francesas e inglesas. Ele liderou um exército que seguiu para Israel: “Ricardo Coração de Leão não precisava, ele tinha dois ducados, um condado e uma série de intervenções. Era um psicopata que trucidou uma população que hoje é o território de Israel. Ricardo custou uma fortuna porque uma guerra é cara”, explicou Manoel Affonso.
Ricardo Coração de Leão morre numa batalha e o irmão dele, João Sem Terra, se torna rei. Os ingleses não aguentavam mais pagar com impostos as guerras de seu antecessor, mas João Sem Terra assume o trono e, mesmo num cenário de descontentamento, continua a extorquir impostos da nobreza.
“Essa extorsão gerou uma rebelião dos barões. O nobre barão, junto ao alto clero, impõe ao rei um tesouro jurídico na história das leis: uma carta escrita em latim imposta ao rei no qual ele se compromete a limitar o seu poder real”, continua o professor, referindo-se à reunião da nobreza em que foi elaborada a Carta Magna.
“A Carta Magna vai transformar o poder do reino, que era ilimitado, até então, a um poder submisso à lei e à vontade de uma minoria É um momento muito importante na história das constituições, em que o rei se curva ao poder da lei”.
A nobreza exigia respeito e deixava esta postura de