Carta argumentativa 2 ano
Carta argumentativa
Alguns exames vestibulares solicitam ao candidato que elabore uma carta argumentativa, que é um texto totalmente diferente da dissertação. O que os diferencia é o tipo de argumentação que caracteriza cada um desses tipos de texto. O texto dissertativo é dirigido a um interlocutor genérico, universal. Por outro lado, a proposta de carta argumentativa pressupõe um interlocutor específico para quem a argumentação deverá estar direcionada. Essa diferença de interlocutores deve necessariamente levar a uma organização argumentativa diferente, nos dois casos. Até porque, na carta argumentativa, a intenção é freqüentemente a de persuadir um interlocutor específico (convencê-lo do ponto de vista defendido por quem escreve a carta ou demovê-lo do ponto de vista por ele defendido e que o autor da carta considera equivocado). É importante esclarecer por que se solicita que a argumentação seja feita em forma de carta. Essa é uma opção estratégica feita em benefício do próprio candidato. O pressuposto é o de que, se é definido previamente quem é seu interlocutor sobre um determinado assunto, você tem melhores condições de fundamentar sua argumentação. Vamos tentar exemplificar, mais ou menos concretamente, algumas situações argumentativas diferentes, para que fique claro que tipo de fundamento está por trás desta proposta. Imagine-se um defensor ardoroso da legalização do aborto. Perceba que sua estratégia argumentativa seria necessariamente diferente se fosse solicitado a : escrever uma dissertação sobre o assunto, portanto, escrever para o nosso “leitor universal”; escrever ao Papa, para demonstrar a necessidade de a Igreja Católica, em alguns casos, rever sua postura frente ao aborto; escrever a um congressista procurando persuadi-lo a apresentar um anteprojeto para a legalização do aborto no Brasil; escrever a um cantor procurando