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Há dois pensadores no horizonte teórico de Habermas, Kant e Hegel. É preciso trazer Kant até nós, para tal é preciso passar pela chamada "virada lingüística" e pela subseqüente "virada pragmática" (ver parte II, itens 3 e 7). Kant revolucionou a concepção de conhecimento. A faculdade da razão fornece conceitos a priori, transcendentais, isto é, sem eles não há representações do mundo empírico; há intuição de objetos dados e representação de objetos pensados através de conceitos. O entendimento faz sínteses do mundo, com validade objetiva, como mostram as diversas experiências. Os juízos são objetivos, pois os objetos de uma experiência possível são para o sujeito, mas não são criados por ele, são representações do entendimento. O limite do mundo é o limite da experiência, não se pode conhecê-lo em sua totalidade e nem em si mesmo. Assim Kant critica a metafísica, e Habermas vê aí omarco para o pensamento pós-metafísico: a razão é submetida à crítica em todos os seus procedimentos, não há uma fonte transcendente e absoluta para a