Cardiotogografia para Neonatologistas

Tema de Discussão: Cardiotocografia

A cardiotocografia é um recurso que permite um registro contínuo e simultâneo da freqüência cardíaca fetal (FCF), da contratilidade uterina e dos movimentos fetais. Sua importância e suas vantagens estão relacionadas à acurácia e inocuidade, simplicidade de realização e de análise e a possibilidade de fácil repetição se necessário, permitindo uma orientação eficaz ao tocólogo.
O momento a partir do qual é possível realizar a cardiotocografia é a partir da 26ª a 28ª semana de gestação. A periodicidade de realização é variável, depende da patologia materna ou fetal e do resultado de testes anteriores. O exame pode ser feito ambulatorialmente, com intervalos de 7 dias, diariamente, mais de uma vez no mesmo dia, ou até mesmo registros contínuos podem ser necessários.
Para uma avaliação correta, alguns cuidados são importantes, como evitar jejum prolongado, considerar e registrar o uso de drogas utilizadas durante o exame, como também alterações de temperatura e de pressão arterial maternas, realizar o exame por no mínimo 20 minutos e garantir posicionamento adequado da paciente (sentada ou em decúbito lateral esquerdo). Freqüência cardíaca fetal A regulação da FCF é modulada por mecanismos intrínsecos do miocárdio, pelo sistema autônomo e por fatores humorais. O mecanismo intrínseco é determinado pelo nó sinoatrial. As vias autônomas de inervação simpática e parassimpática do coração estabelecem-se precocemente no feto e a influência parassimpática aumenta progressivamente com o evoluir da gestação, provocando uma gradual diminuição dos níveis da FCF (FREITAS, 2001). São fatores de influência na FCF: a atividade fetal, a homeostase materna, a concentração de oxigênio e os movimentos respiratórios fetais, que promovem aumento da pressão intratorácica, diminuição do retorno venoso e aumento da FCF. A taquicardia ocorre quando a FCF está superior a 150 bpm, sendo a intensidade moderada até 180 bpm e de intensidade grave