CARDINALLI CAP 3
Ida E. Cardinalli
Cap.3 A analítica do Dasein e a Daseinsanalyse de Martin Heidegger (p.53 a 70)
No presente capítulo, serão apresentadas as idéias principais de Martin Heidegger, desenvolvidas no livro Ser e Tempo, que situam a noção do existir humano como Daseins.
Sobre o dasein: “Tal ente, que, em cada caso, somos nós mesmos, e que tem, entre outras possibilidades de ser, a de perguntar, é denominado dasein”.
O Da do Dasein é a abertura essencial do existir humano. Ele é esse estar aberto ou clareira que possibilita perceber, compreender, entender e conhecer a totalidade dos significados de tudo o que encontrado no mundo.
Heidegger diferencia a dimensão ôntica e ontológica. A primeira se refere à questão de ser e de existir do próprio existir do Dasein, ou seja, como cada Dasein existe; a segunda, a explicitação ontológica, é a apresentação das estruturas existenciais do ser do Dasein, ou seja, é aquilo que é inerente a condição humana.
A explicitação da constituição básica do Dasein é denominada existenciália, existencial ou temas existenciais que são descritas como: temporalidade, espacialidade, ser-com-o-outro, afinação, compreensão, cuidado, queda e ser-para-morte. Heidegger diz que o modo de acesso mais adequado para a explicitação das estruturas ontológicas é o fenomenológico. A palavra fenomenologia significa em grego phanesthai, que significa mostra-se, clarear. O fenômeno precisa ser compreendido e clareado.
O método fenomenológico não compreenderá o ser por sistemas fechados de referência, mas no nível da historicidade. Assim, o filósofo assume uma posição contrária à transposição do modelo da Ciência da Natureza para as Ciências do Homem, pois isso não é adequado para atendê-la, por pressupor que a natureza humana é equivalente à natureza dos objetos.
Heidegger afirma: “O tema da Física é a natureza inanimada. O tema da Psiquiatria e da psicoterapia é o homem. Mostra nitidamente que uma ciência do