Carava ggio

964 palavras 4 páginas
CARAVAGGIO

A imagem como teatro

Não tenho certeza de nada, a não ser da santidade dos afetos do coração e da verdade da imaginação – o que a imaginação capta como beleza deve ser verdade – tenha ou não existido antes.

John Keats Keats, carta a benjamin Bailey,

22 de novembro de 1817

O tatro é o espelho da verdade.

Augusto Boal, Caderno de Anotação.

Caravagio, os sete Atos de Misericórdia.

Uma imagem, pintada, esculpida, fotografada construída e emoldurada é também um palco, um local para representação. O que o artista pões naquele palco e o que o espectador vê nele como representação confere à imagem um teor dramático, como que capaz de prologar sua existência por meio de uma história cujo começo foi perdido pelo espectador e cujo final o artista nao tem como conhecer. O espaço do drama não está necessariamente contido apenas no palco de um teatro: a rua, a cidade toda podem ser aquele espaço, e ele pode estar espelhado no microcosmo fechado de uma tela, tal como aquela pintada no nicho principal da igreja de Pio Monte dela Misericordia, em Nápoles.
Em 29 de maio de 1606, em roma durante uma briga furiosa por causa do placar de um jogo de tênis. Michelangelo Mirisi, conhecido como Caravaggio, matou um homem. Não foi seu primeiro ato de violência, mas foi o mais sério deles. Seis anos antes, fora acusado de espancar um colega artista e no ano seguinte, de ferir um soldado. Em 1603 foi posto na prisão por atacar um outro pintor ( e solto graças aos bons ofícios do embaixador francês em Roma); em 1604, acusaram-no de virar um prato de alcachofra na cabeça de garçom e mais tarde foi preso por jogar pedras em um guarda, em 1605, teve de fugir de roma aos ferir um homem em um briga por uma mulher. Alguns meses mais tarde, pouco depois de ter voltado para a cidade, o jogo fatal de tênis forçou-o a fugir novamente No começo de 1607, chegou a Nápoles Caravaggio, um dos mais afamados e mais procurados artistas da época, pedindo asilo como criminoso.

Relacionados