Caracterização de compositos à base de apatites
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RESUMO
Nos últimos anos a ocorrência de distúrbios músculo-esqueléticos tais como a osteoporose e a osteoartrite vem aumentando significativamente chegando a atingir mais de 10% da população mundial.
Por outro lado, uma gama de implantes músculo-esqueléticos, também estão disponíveis no mercado para tratar ou prevenir estas doenças. Contudo, estes implantes apresentam algumas limitações em condições fisiológicas tais como baixo nível de ossificação e dificuldade de integração com o tecido, o que atrasa o processo de reconstrução do osso e prolonga o tempo de cura.
Vários estudos foram realizados com o objectivo de resolver estes problemas, e uma das soluções para estas limitações foi revestir estes implantes com a Hidroxiapatite. A Hidroxiapatite sintética apresenta semelhanças com a componente mineral dos ossos e dentes naturais, tendo a capacidade de interagir quimicamente com o osso, tanto in vivo como in vitro, e é considerada um dos biomateriais mais promissores, devido à sua biocompatibilidade, bioactividade e osteocondutividade. Contudo, a
Hidroxiapatite sintética possui uma fraca capacidade osteogénica quando comparada com a apresentada pelo tecido ósseo. Após a sua implantação, a HAp sintética pode levar dias, ou até mesmo semanas, para começar o processo de mineralização do tecido ósseo, conduzindo a grandes defeitos/lesões como consequência deste facto. Portanto, vários métodos têm sido testados para melhorar a osseointegração na última década. Nos últimos anos, a capacidade da Hidroxiapatite de armazenar carga electrostática ao ser polarizada, tem atraído a atenção de muitos biólogos e cientistas de materiais. De acordo com estes estudos, aplicando um campo eléctrico DC a elevadas temperaturas, a Hidroxiapatite consegue armazenar cargas, e que as cargas armazenadas influenciam o processo de mineralização, assim como a adesão celular e o