Capítulo Admirável Mundo Novo
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Tirou o pé do acelerador. O ronco das hélices, acima deles, caiu uma oitava e meia, repassando, em sentido inverso, do zumbido da vespa ao do zangão, ao da mangangava, ao do besouro, ao da carochinha. A velocidade ascensional do aparelho diminuiu; um instante depois, estavam suspensos e imóveis no espaço. Henry empurrou uma alavanca; houve um estalido. Lentamente, a princípio, depois cada vez mais rápido, até não ser mais que uma névoa circular diante deles, a hélice propulsora começou a girar. O vento da velocidade horizontal sibilava cada vez mais agudamente nas varas de aço. Henry tinha o olhar fixo no contador de voltas; quando a agulha indicou mil e duzentos, ele desembreou as hélices do helicóptero. O aparelho tinha então bastante impulso horizontal para poder voar.
Com os olhos quase sempre baixos, e desviando-os imediata e furtivamente quando, por acaso, os pousava em algum de seus semelhantes, Bernard atravessou o terraço às pressas. Dava a impressão de um homem perseguido, mas perseguido por inimigos que não queria ver, temeroso de que lhe parecessem ainda mais hostis do que imaginara, e de que lhe fizessem, em conseqüência, experimentar uma sensação de maior culpabilidade e de solidão ainda mais irremediável.
"Aquele maldito Benito Hoover!"
Entretanto, o rapaz procedera com boa intenção. O que, de certo modo, era ainda pior. Os que tinham boas intenções comportavam-se da mesma forma que os que as tinham más. A própria Lenina o fazia sofrer