Caps usuarios
Artigo original
Caracterização epidemiológica dos usuários do Centro de Atenção Psicossocial Casa Aberta
Cátula da Luz Pelisoli* Ângela Kunzler Moreira**
INTRODUÇÃO A partir do processo de desinstitucionalização psiquiátrica, os serviços substitutivos têm sido a principal porta de entrada para as pessoas que buscam o atendimento em saúde mental. O modelo hospitalocêntrico de atendimento em saúde mental começa a ser criticado a partir da década de 701, momento em que as práticas de violência e exclusão tornaram-se evidentes. Em meados dos anos 80, a influência da psiquiatria italiana corrobora com o final da ditadura no Brasil e abre espaço para novas formas de intervenção nesta área. A proposta sanitarista em saúde mental, que visava tirar os doentes mentais da cidade ou limpá-la dos loucos foi cedendo lugar à idéia de desinstitucionalização. E, para que ocorra a substituição deste modelo de tratamento baseado no isolamento, faz-se necessária a
* Graduanda do 8º semestre, curso de Psicologia, Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), responsável pela correspondência. ** Mestre em Educação. Psicóloga, Centro de Atenção Psicossocial Casa Aberta. Docente, Faculdade Cenescista de Osório, RS.
construção e a oferta de procedimentos e serviços que possam dar conta desta demanda. Estes serviços deverão funcionar como o contraponto do hospital psiquiátrico, ocupando locais abertos, onde a equipe interdisciplinar reflita sobre o diagnóstico e sobre as possibilidades do uso de recursos terapêuticos – psicofarmacológicos e psicoterápicos2. A partir de 1992, quando o estado do Rio Grande do Sul aprovou a Lei da Reforma Psiquiátrica, serviços foram abertos com a proposta de regionalizar/setorizar o atendimento e reduzir a população atendida no estado. Em outubro deste mesmo ano, a Casa Aberta foi inaugurada e denominada Centro de Saúde Mental, posteriormente sendo credenciada como