Capitu
Dom Casmurro é considerado o romance mais famoso e polêmico de Machado de Assis. Publicado pela primeira vez em 1900, é ambientado no Rio de Janeiro do século XIX, e narrado por seu protagonista: Dom Casmurro (Bento Santiago/Bentinho). O enredo constrói-se a partir de uma pseudo-autobiografia de Bentinho, evocada através das impressões que lhe ficaram gravadas na memória. A trama começa pelo fim. Bentinho, que tem 55 anos, tenta atar as duas pontas da vida e reconstituir na velhice a adolescência - e desenvolve-se em flashback, com idas e vindas no tempo, desde os 14 anos de idade.
A reconstrução da casa constitui-se em uma metáfora de reconstituição da própria vida, assim como a escritura do livro manifesta a necessidade de autoanalisar-se, de tentar conhecer a verdadeira Capitu, de justificar a atitude do marido que abandona a mulher por acreditá-la adúltera e rejeita o próprio filho. Trata-se de um mergulho profundo no eu, de uma viagem interiorizada, em busca do tempo perdido, da vida desperdiçada. Nesse processo, se aumenta a importância da função metalinguística do texto, assim como o emprego sistemático da antítese e da ironia. Tais procedimentos ocorrem da escolha do foco narrativo.
Então de acordo com o livro, a personagem Capitu é suspeita de adultério contra seu até então marido Bento Santiago. Adultério é a característica mais marcante do Realismo, no que se refere a temática do livro, mas como se trata do autor Machado de Assis, há de se pensar, pois o mesmo desvinculou o Movimento Romântico e assim, inova, deixando duvida sobre traição na obra Dom Casmurro. Joaquim Maria Machado de Assis se destaca por criar em seu terceiro livro narrado em 1ª Pessoa, por Bentinho (Bento Santiago), um advogado de acusação, o tipo de adultério que não se tem provas do seu real acontecimento.
Deve-se lembrar que na época que o livro for escrito a mulher não tinha nenhuma voz ativa e devia ouvir e seguir passivamente tudo o que o marido lhe dissesse. Mas