Capitalismo
A CONCEPÇÃO LIBERAL DE DEMOCRACIA
Para Aristóteles, o valor dos valores em uma democracia é a liberdade, sendo este o princípio da política democrática. Outro princípio seria viver sob a autodeterminação, que é justamente o contrário do conceito de escravidão. Dessa forma, somente em uma democracia haveria plena liberdade e somente a igualdade absoluta (que não é econômica, mas social e política) permitiria a democracia.
A partir desta reflexão é que as teorias liberais do início do século XIX defenderão a democracia representativa como única forma compatível com o Estado liberal, definido como aquele que reconhece e garante alguns direitos fundamentais, dentre eles a liberdade civil e política, identificando a democracia como a liberdade do indivíduo de escolher livremente seus representantes. No decorrer daquele século, quase todos os países monárquicos da Europa Ocidental se tornam democracias liberais ao instituir uma legislação representativa, onde os cidadãos, ao invés de participar pessoalmente das assembleias, elegem quem vai representá-los e decidir por eles nas reuniões.
A CRISE DE REPRESENTATIVIDADE E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
Visando responder à indagação acima formulada, se faz preciso, ainda que superficialmente, retomarmos o curso da história da democracia. Isto se justifica porque não é de hoje que o problema da representatividade e participação política se faz presente nos foros e debates sobre a democracia. Desde o modelo ateniense já havia o privilégio de apenas seus cidadãos (homens livres, nascidos em Atenas e maiores de idade) com o direito de participar ativamente da Assembleia e também de fazer a magistratura. No caso dos estrangeiros, estes, além de não terem os mesmos direitos políticos, eram obrigados a pagar impostos e prestar serviços militares.
Na medida em que as sociedades políticas foram sofrendo um