CAPITALISMO E DEMOCRACIA NA PÓS MODERNIDADE
Analisando o texto o Capitalismo e Democracia na pós-modernidade de Boaventura de Sousa Santos, conseguimos identificar o conceito de democracia forjado ao longo do período moderno, procurando evidenciar o estreito relacionamento desse conceito com a emergência e consolidação do Estado liberal e do modelo de economia de mercado nas sociedades modernas ocidentais, como decorrência direta das Revoluções burguesas havidas no final do século XVIII e do desenvolvimento do modo de produção capitalista. Nota-se que, a partir desse marco revolucionário, a concepção liberal de democracia passa a ser adotada por grande maioria dos Estados nacionais ocidentais, tendo como características desse sistema político o atributo representativo, onde o cidadão comum elege os seus mandatários a quem incumbe a tomada de decisões em seu lugar. A emergência da democracia tem sido considerada o acontecimento mais importante do século XX, uma vez que o tema democracia assumiu um lugar de destaque no campo político atual. Filósofos da Antiguidade afirmavam que a democracia significava a forma de governo baseada na soberania popular e na distribuição eqüitativa do poder, caracterizada pelo direito da população de participar das decisões sobre a administração pública, diretamente ou indiretamente, Esse sistema idealizado por Aristóteles, porém, entra em decadência com o surgimento da Revolução Gloriosa, na Inglaterra, em 1688, onde se estabelece as bases teóricas da divisão dos poderes. A teoria da democracia é reforçada no século seguinte com o Iluminismo e com a Revolução Francesa, que amoldam o conceito moderno de democracia prevalecente na civilização ocidental. É claro que este conceito, no entanto, não é exatamente idêntico ao conceito original da Antiguidade, uma vez que foi essencialmente modificado pelo liberalismo político ao pretender restringir o poder do governo no interesse da liberdade do indivíduo. A partir da Revolução, também