Cap Tulo 31 Dos Cabinais Os Ensaios Montaigne
871 palavras
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Resenha CríticaObra: Os Ensaios, Livro I, Capítulo XXXI – Dos Canibais
Autor: Michel de Montaigne (1533-1592)
Os Ensaios – Dos Canibais O texto se apresenta com uma linguagem um tanto complexa, e exige do leitor mais de uma leitura para que se inicie a absorção do conteúdo. A obra interpreta e compara os diferentes mundos que se apresentam. O Velho e Novo Mundo são colocados frente-a-frente em todos os aspectos que compõem uma sociedade humana. A primeira vista acredito ser errôneo classificar uma estrutura social “superior” a outra, pois ambas mostram complexidade quanto ao funcionamento da mesma. Ao se dispor a estudar toda a estrutura social do então “objeto de estudo” que aparece no texto, eu evidencio uma passagem no mesmo que considero a chave para o início de todo o processo do estudo antropológico: “(...) Isto prova que nos devemos guardar das opiniões vulgares e julgar pelo caminho da razão e não pela voz geral.”. A partir desse posicionamento, nos despindo de nossos preceitos, preconceitos, dogmas e todos os demais juízos de valor, se torna possível um estudo antropológico mais fidedigno. No início do texto, o autor descreve com o maior detalhamento possível (e em minha opinião, com deslumbre), a extensão territorial, as riquezas naturais evidentes e de um ponto de vista bélico, a relevância quanto ao posicionamento para a costa e as proteções naturais montanhosas quanto às possíveis invasões vindas do interior do novo continente. A primeira descrição do habitante desse novo mundo tentou ser mais clara possível, descrito como “(...) simples e rude”, mas sem um tom pejorativo inicial. “(...) creio que não há nada de bárbaro ou selvagem nessa nação, a julgar pelo que me foi referido;”, diz o autor em sua defesa. O conceito de barbárie então é apresentado, que na visão do autor o classificado bárbaro “(...) o que é alheio aos nossos costumes”, uma vez que “(...) não temos da verdade e da razão outro ponto de referência que o exemplo e a ideia das