Caos
Para Rossineri o que define o anarquismo é a possibilidade da convivência da multiplicidade de tendências que almejam o mesmo fim – uma sociedade sem exploradxs nem oprimidxs. Contudo, algumas tendências no âmago do anarquismo apontam para conformação de um partido. Tais tendências surgiram e se embasam na Plataforma Organizacional dxs Comunistas Libertárixs elaborada pelo grupo Dielo Truda, no qual Nestor Makhno e Archinnof eram os militantes mais proeminentes. Por partido o autor entende “um grupo de pessoas formando uma organização política adscrita a uma ideologia e com um programa de ação, cuja finalidade é a tomada do poder político, é uma organização independente do Estado e tem como pretensão ser representante da vontade geral e dos interesses da maioria” (2007, pág. 1). Cabe uma ressalva, a concepção de partido anarquista não tem o escopo da conquista do poder político, mas enquadra, em teoria, nos moldes das estruturas partidárias burguesas e esquerdistas.
Para fundamentar essa posição, Rossineri remete-se ao surgimento dos partidos políticos. Origina-se no século XIX ligada a ideia de representatividade, onde grupos com capital político e econômico apoiavam candidaturas parlamentares de um indivíduo. Com o desenrolar histórico esses grupos não se organizam mais em torno de um indivíduo e sim de um programa ou ideologia pré-determinados. É justamente neste período que cresce vertiginosamente a burocratização pautada numa estrutura para dirigir, administrar, representar, governar, enfim, se impor como instituição mediadora por meio da ação indireta.
Através de qual(is) alicerce(s) xs plataformistas, mais especificamente especistas e neoplataformistas, se apoiam para suscitar essa acepção de partido? Elxs argumentam que Bakunin via a necessidade história da construção de um partido revolucionário formado unicamente por anarquistas, o qual teve sua expressão na