Canguilhem e foucault
A saúde diferente tanto quantitativamente quanto qualitativamente da enfermidade, ela nao implica o completo bem-estar. A saúde implica sim uma quantidade moderada de sofrimento, com predomínio de sentimentos de bem –estar. Ela é um ideal desejado, mas também uma realidade concreta.
A ideia inicial de saúde entendida como ausência de doença é afirmada pela medicina. De acordo com Freud, toda pessoa se aproxima do neurótico e do psicótico num lugar ou noutro, em mais ou menor extensão.
Para Canguilham, a saúde implica poder e sair do estado patológico, também as pesquisas de antropológicas de Stacey, Lewis e Dhoutaud & Field revelaram que a ausência de enfermidade nao implica necessariamente a saúde. Se um individuo enfermo resiste e afirma estar bem, ele é considerado saudável. Variadas são as representações positivas da saúde.
Foucault justificou que a medicina do século XIX era normativa porque se apoiava na analise de um funcionamento regular, normal, para detectar onde o individuo se desviou. A medicina anterior ao século XIX também buscava um funcionamento regular. As praticas de saúde como quarentena, o isolamento, acender fogueiras e desinfetar o ar com perfumes e enxofre eram normativas e visavam a assegurar o ideal de saúde. Recomendava-se a moderação no comer, beber, relacionar-se sexualmente, banhar-se e suar.
O desenvolvimento do capitalismo e o desejo burguês de instalar uma nova ordem econômica social com a industrialização do trabalho, tornaram necessário o estabelecimento de novas normas e padrões de comportamento. Surgiram então a partir da segunda metade do século XIX, novos padrões de normalidade no âmbito da medicina