Cana bisada e a qualidade da matéria-prima e do caldo clarificado

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1 INTRODUÇÃO

A crise energética que ocorreu nas últimas décadas colocou em evidência todas as fontes energéticas oriundas da produção de biomassa, principalmente a cana -de-açúcar. No
Brasil passou a ser personagem central do maior programa energético de biomassa implantado no mundo. Com isso, houve o estímulo do desenvolvimento, aumento das áreas de plantio e aprofundamento de estudos e pesquisas sobre a cultura.
O ciclo da cana-de-açúcar é divido em cana-planta e cana-soca. A primeira provém da propagação vegetativa através de muda e receberá o primeiro corte após 12 (cana de ano) ou
18 (cana de ano e meio) meses após o plantio. A segunda, cana soca, é a cana - planta que foi cortada, brotou novamente, cresceu e se desenvolveu e passará por um novo corte. A cana é chamada de soca a partir do primeiro corte e pode apresentar vários ciclos de em torno 12 meses, dependendo da condição de plantio e das colheitas realizadas (CASAGRANDE,
1991).
Devido a implementação do conceito de desenvolvimento sustentável e a importância do etanol como combustível renovável, houve aumento da quantidade de canaviais implantados e incremento no plantio de novas áreas. Apesar do crescimento das mesmas, muitas deixaram de ser cortadas no ano correto por diversas razões. Uma delas é a elevada quantidade de chuva, como no caso da safra 2009/2010 (ROSSINI, 2010) que obrigou algumas unidades a postergar o corte de algumas áreas cultivadas. A colheita da cana é dificultada, sendo comum ficar parte da matéria-prima no campo para somente ser processada na próxima safra. Esse tipo de cana recebe o nome de cana bisada, ou simplesmente, “cana bis”. A principal recomendação é que a matéria-prima seja processada o mais rápido possível na safra seguinte para evitar maior deterioração (ROSSINI, 2010).
A cana bisada tem como características o menor teor de sacarose, enraizamento aéreo, brotamento lateral, encarretelamento dos entrenós, tombamento, maior quantidade de