Camões épico narrativo
Resumo
A obra se insere no período conhecido como Classicismo português, que vai de 1527 a 1580. O nome Os lusíadas já indica que a narração se dá em torno dos lusos. São eles que mobilizam a história a ser contada em dez cantos. Cada um deles funciona como um capítulo de um romance considerado o maior poema épico da língua portuguesa, o texto, publicado por Camões em 1572, é composto de 1102 estrofes. (Utiliza estrofes em oitava rima, inventada pelo italiano Ariosto, que consiste em estrofes de oito versos, rimadas sempre da mesma forma (abababcc), num total de 8816 versos decassílabos).
Os Lusíadas conta a história de Portugal, principalmente as glórias de navegadores, como Vasco da Gama, e histórias dos reis lusos, a luta mitológica entre a deusa Vênus, que protege os portugueses, e Baco, que não se cansa de criar dificuldades têm como pano de fundo a viagem de descobrimento da Índia e a glória de reis conquistadores de África e Ásia, todos motivados pela disseminação da fé cristã.
Camões dedica sua a epopeia a Dom Sebastião, rei de Portugal quando o poema foi publicado. Há episódios antológicos da história portuguesa na narrativa como os de Inês de Castro, Velho do Restelo, Gigante Adamastor e Ilha dos Amores. Na última parte, o poeta se mostra desiludido com a pátria, antevendo a decadência de Portugal.
Para escrever Os Lusíadas, Camões foi influenciado pelo clima intelectual; lia os poemas épicos da antiguidade e contou com sua experiência pessoal. Havia uma ilha em que Vênus (uma deusa) recebe e orienta os navegantes após sua longa viagem, o nome dessa ilha é Ilha dos Amores, em que os heróis mitológicos se relacionam com as ninfas, Vasco da Gama se relaciona também com Tétis e com isso essa deusa entrega ao capitão os segredos da Máquina do Mundo, profetizando assim grandes feitos lusitanos. (Nesse contexto, O lusíada tem como base o grego Homero e o latino Virgílio, poetas famosos da Antiguidade clássica que são paradigmas