Caminhoneiros do Brasil
Dessa vez, o entrevistado foi o carreteiro Célio Arruda, de Uruguaiana, Rio Grande do Sul.
FACA: Célio, ha quanto tempo você esta no trecho?
Célio: Há 25 anos.
FACA: A sua família reside lá em Uruguaina? Célio: Isso, nossa casinha é lá.
FACA: E quando você irá vê-la de novo?
Célio: Agora só sábado ou domingo (hoje é quarta-feira), se Deus quiser, ficamos sempre cinco dias sem nos vermos, a saudade aperta!
FACA: Qual a sua opinião sobre as condições de rodagem nas estradas brasileiras?
Célio: Bom, pela quantidade de pedágios, deveriam estar muito melhores, num nível excelente, eu diria.
FACA: Você se sente seguro nas estradas?
Célio: Não, nem um pouco, inclusive já fui assaltado ano passado, levaram meu caminhão e três meses depois tentaram levar esse novo também.
FACA: E como você se preveni?
Célio: Não tem jeito né! Tem que sair e trabalhar, eles estavam em três homens, dois invadiram meu caminhão, um colocou uma arma na minha cabeça, o segundo foi dirigindo e o outro seguia atrás num outro veículo. Num descuido deles, consegui pegar a arma, assumi o volante e ameacei a jogá-los para fora do caminhão. Eles entraram em desespero. O homem que estava no carro de trás não percebeu nada, assim que parei o caminhão no acostamento, os dois saíram correndo e entraram no carro de trás, eles saíram ‘rasgando’, eu joguei a arma no acostamento da estrada e segui meu caminho.
FACA: Célio, esse mês a FACA trás uma matéria exclusiva e informativa sobre a pedofilia nas estradas, e a gente queria saber qual a sua opinião, como caminhoneiro, homem e pai, a respeito disso?
Célio: É grave, a gente vê direto! Em todos esses anos eu sempre vi, e a gente pensa na nossa filha, é difícil, as pessoas que vêem e que sabem disso, devem