resenha baudelaire
Diferentemente dos românticos que buscam inspiração na natureza, a inspiração de Baudelaire está nas multidões dos grandes centros urbanos. Ele é um observador em meio a um aglomerado urbano.
Em Charles Baudelaire: um Lírico no Auge do Capitalismo, Benjamin Walter apresenta, no capítulo “O Flâneur”, como Baudelaire e outros autores tratam o tema flânerie em suas obras, numa Paris no ápice do capitalismo.
Segundo o autor, a paisagem pitoresca é o ambiente que combina com o flâneur. Porém, naquela época, o único lugar que permitiu o desenvolvimento da flânerie foram as galerias, que imitavam uma cidade calma em miniatura. “O que são os perigos da floresta e da pradaria comparados com os choques e conflitos diários do mudo civilizado?” (p.37). Baudelaire afirma que a cidade grande tornou as pessoas mais hostis.
Para Edgar Allan Poe, o flâneur é alguém que não se sente seguro em sua própria sociedade. Por isso busca a multidão. O autor chama a atenção do leitor não apenas para o homem, mas também para a descrição da multidão. Baudelaire, diferentemente de Poe, acredita que o flanêur não procura a multidão, mas é um abandonado por ela. Baudelaire compara o flâneur a uma mercadoria. Se a mercadoria tivesse alma, esta seria dotada de muita empatia, pois deveria procurar em cada um o comprador, cuja mão lhe serviria de moradia. Essa empatia é o motivo pelo qual o flanêur se abandona na multidão. “O poeta goza o inigualável privilégio de poder ser, conforme queira, ele mesmo ou qualquer outro. Como almas errantes