Camilo CasteloBranco

Camilo Castelo Branco Poeta, romancista, dramaturgo, critico literário, tradutor, insaciável polemista, inconstante amante. Caixeiro-viajante a cruzar Portugal, levava em sua mala alguns artigos de luxo que se misturavam a alguns produtos vulgares: o domínio absoluto e pleno da arte de narrar; a certeza de estar produzindo uma das obras mais significativas da Literatura Portuguesa; vários corações destroçados (inclusive o seu); o amor e o ódio da sociedade; algumas contradições políticas; escândalos, escândalos e escândalos. Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco nasceu em 16 de março de 1825, em Lisboa. Filho natural de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco e de Jacinta Romesa do Espirito Santo, criada de Manuel. Camilo não guardou lembranças de sua mãe, falecida em 1827. Ficou apenas o vazio, a ausência. De seu pai, falecido em 1835, guardou algumas... Da pequena família restou apenas a irmã, Carolina, de catorze anos. Os órfãos foram mandados para Vila Real de Trás-os-Montes para serem criados por uma tia paterna, Rita Emília.

1825 é uma data pródiga para a Literatura Portuguesa: além do nascimento de Camilo, esse ano marca o início do Romantismo português com a publicação do poema narrativo “Camões”, escrito por Almeida Garrett durante seu exílio em Paris: Os primeiros anos do Romantismo em Portugal coincidem com as lutas civis entre conservadores (liderados por D. Miguel) e liberais, acirradas após D. Pedro renunciar ao trono brasileiro e engajar-se na luta pelo trono português ao lado dos liberais. A guerra civil estendeu-se por dois anos (1832-34); somente em 1836, com os liberais no poder, é que o país retoma certa tranquilidade. Com a vitória do liberalismo burguês, desaparece a censura absolutista, propagando-se, ao mesmo tempo, novas ideias políticas e literárias. Daí considerar-se o efetivo desenvolvimento do Romantismo em Portugal a partir de 1836. A primeira geração de escritores românticos foi dominada pelos