cagliariii
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NO FINAL DOS ANOS 1990, eu me sentia num momento de glória. Estava empregado em uma importante indústria de vidro plano e era gerente-geral de uma fábrica com mais de quinhentos funcionários e mais de cem milhões de dólares em vendas anuais. Quando fui promovido ao cargo, tornei-me o mais jovem gerente-geral da história da companhia, fato de que ainda muito me orgulho. Tinha bastante autonomia de trabalho e um bom salário, acrescido de bônus sempre que atingisse as metas da empresa.Eu e Rachel, minha linda mulher com quem estou casado há dezoito anos, nos conhecemos na
Universidade Valparaíso, no estado de Indiana, onde me formei em Administração de Empresas, e ela, em Psicologia. Queríamos muito ter filhos e lutamos contra a infertilidade durante vários anos, de todas as maneiras. Rachel sofria muito com a infertilidade, e nunca abandonou a esperança de ter filhos. Muitas vezes a surpreendi rezando, pedindo um filho. contrariedades me aborreciam além da conta. De fato, parecia que todo mundo me aborrecia. Eu me irritava até comigo mesmo.
Mas era orgulhoso demais para compartilhar meus problemas com os outros. Resolvi disfarçar, mantendo uma atitude descontraída, tentando enganar a todos. A todos, menos Rachel.
MUITO ANGUSTIADA, Rachel sugeriu que eu conversasse com o pastor de nossa igreja. Resisti, porque nunca tinha sido um sujeito religioso e não queria que a igreja interferisse na minha vida.
Mas ela insistiu e resolvi atender ao seu pedido.
O pastor sugeriu que eu me afastasse durante alguns dias para tentar refletir e colocar ordem nas coisas. Ele recomendou que eu participasse de um retiro num pequeno e relativamente desconhecido mosteiro cristão chamado João da Cruz, localizado perto do lago Michigan. Explicou que o mosteiro abrigava de trinta a quarenta frades da Ordem de São Bento, nome de um frade do século sexto que idealizou a vida monástica "equilibrada". Agora, como nos catorze séculos anteriores, os frades viviam centrados