caeedwad

Larissa não fazia ideia do que a esperava naquele ambiente hostil. Há seis anos mora em Brasília e só agora conseguira uma oportunidade de ser assessora de imprensa de um político importante. Foi recebida naquele gabinete com pompas, sorrisos e tapinhas nas costas, uma sala que dividia com um colega o qual só aparecia de manhã, ele saía logo após tomar o café servido pela dona marina, e no final da tarde, quando passava o relatório das visitas aos ministérios à sua chefe imediata.

Larissa nem acreditava no que se passava neste momento de sua vida, afinal, trabalhar com um senador da República ainda não fazia parte do seu leque de sonhos para o trabalho. Ela pensava que ia mesmo trabalhar com empresas de terceiro setor ou, no máximo fazer um estágio e depois se engajar em alguma agência de jornalismo da iniciativa privada. Mas não! Ela estava ali, naquele lugar mágico e cheio de probabilidades! “Uaaau!” Era a única expressão que lhe vinha à cabeça. Larissa estava feliz. Apreensiva, mas feliz.

Apreensiva sim, mas... Por quê? Aquela mulher a abraçara de forma muito estranha... “Hummm...” Será que era coisa da sua cabeça? Uma certa mania de perseguição que a assombrava todas as noites quando se lembrava do que contavam os colegas, que de tempo em tempo passavam em sua sala para dizer que a tal mulher os havia proibido de falar com ela? Larissa não entendia o terror que a atormentava quando imaginava que poderia se tornar uma profissional isolada naquele ambiente, aquele ambiente era político e por ser político as pessoas não deveriam exatamente se comunicar? Começava ali o calvário de sua alma.

Como ser mentalmente saudável se Margarida fazia com que as relações ficassem doentes? Larissa não aguentava mais, ela devia ou não falar com o senador, seu chefe imediato. “Afinal era ele o assessorado e não ela, era a ele a quem eu deveria me reportar e não à Margá! Ela é capacitada para revisar textos, nem é formada em Letras ou coisa do tipo...” Os pensamentos