“Cada sociedade constrói para si certo tipo ideal de homem. partindo de tal ideia elabora-se a educação”
Este texto não tem por finalidade fazer um resumo do filme 300, mas tentar estabelecer uma relação direta entre os padrões educacionais e as necessidades da sociedade na formação do cidadão.
Para que possamos, diante da afirmação de Durkheim e tendo o filme 300 como referencial, traçar o perfil do tipo ideal de cidadão que a sociedade espartana almejava, precisamos fazer algumas considerações históricas a respeito da região de Esparta na Antiguidade - Esparta surgiu em meados do século IX a. C. em uma pequena área na região da Grécia e, diante do aumento populacional e da escassez de terras, optou pela via militar, conquistando os territórios vizinhos, como forma de solucionar estes problemas. Para atender esta necessidade de conquista, a educação espartana estava concentrada nas mãos do Estado, orientada para a guerra e visava fazer de cada indivíduo um soldado, um modelo ideal de soldado - considerações estas que são primordiais no entendimento deste modelo de cidadão e dos meios utilizados pela educação espartana para tal.
Conforme mostrado no filme 300, baseado na obra de banda desenhada de Frank Miller, desde o nascimento até a morte, o espartano pertencia ao Estado, não eram filhos de pais e mães e sim filhos de Esparta. Os recém-nascidos eram examinados por um conselho de anciões que ordenava eliminar os que fossem portadores de deficiência física. A partir dos 07 anos de idade, as crianças eram entregues a orientação do Estado que tinha por objetivo educá-los para a vida militar, treinando-os e ensinando-os as artes da guerra.
Os métodos da educação espartana eram rígidos: As crianças eram obrigadas a andar descalças; Permitia-se e estimulava-se o roubo para que conseguissem alimentos, pois se acreditava que com isto adquiririam