cabo verde
Etnias
Ao contrário dos países do continente africano, não há etnias em Cabo Verde. Em contrapartida, a trajectória histórica do país incluiu, desde o início, um processo de formação de classes sociais. Neste momento, pode constatar a ausência de uma "burguesia", mas a existência de vários tipos de "pequena burguesia", numericamente significativos. A grande maioria da população é, no entanto, constituído pelo campesinato e algum operariado.
O povoamento das ilhas foi feito por brancos, na sua maioria portugueses, mas também italianos (genoveses), holandeses, ingleses e franceses, e por negros de várias etnias, trazidos como escravos da costa ocidental de África, principalmente balantas, papéis e jalofos.
Cabo verde serviu também de escoamento para crianças judias. O cruzamento entre brancos e negras ao longo de séculos, produziu uma "raça" nova, a dos mulatos. Gerou também uma cultura e uma língua própria, o crioulo. Este dialecto terá surgido, no século XVII, primeiro nas ilhas de Santiago e Fogo e nos rios da Guiné.
Desde o século XVI que os mulatos foram gradualmente adquirindo importância económica e social. Neste século, os moradores da cidade Ribeira Grande, solicitam à coroa para admitir para certas funções, os "pardos" (mulatos) de Santiago. A expansão dos mulatos não era pacífica. Em 1620, os espanhóis que dominavam Portugal, degredam para Cabo Verde prostitutas portuguesas para que as mesmas pudessem extinguir a proliferação de mulatos. Seja como for, a ascensão do mulato não parou.
No século XIX, os mulatos cabo verdianos tem cada vez mais consciência da sua identidade. Para o que concorreu uma série de orgãos, que possibilitaram o encontro e a discussão dos problemas específicos das ilhas.
De forma específica, existe a percepção, a partir de uma leitura longitudinal e transversal, de que os estudos sobre Cabo Verde, produzidos essencialmente por pesquisadores locais, têm, em regra, sido omissos relativamente às dimensões da raça e da