Burakumin - A casta descriminada

[21:44:26] Monica de Souza: Os burakumin consistem em um grupo social minoritário japonês, que em nada difere do restante da população em que se encontra.
Existem várias teorias para a sua origem. Uma delas é a chamada teoria Etori, que relaciona os atuais burakumin aos Eta e Hinin, párias da era feudal japonesa.
Os ideogramas (kanji) relacionados a esses termos, por si só, já têm significados discriminatórios:
O primeiro kanji de Eta carrega os significados de algo sujo, imundo, o segundo, em excesso. Os kanji de Hinin, por sua vez, remetem a algo que não seja humano, já que o primeiro caractere tem o sentido de negação e o segundo, de pessoa.
A palavra tem o significado de alguém que quebra com a categoria moral do vilarejo.
Por último, o termo burakumin (habitante do buraku), remete a algo de que se queira desfazer, que carrega, entre outros relacionados, os significados de “jogar fora” e “omissão”.
Foi no ano da introdução do Budismo no Japão que ocorreu a criação dos primeiros buraku (vila em japonês), onde os burakumin passaram a ser obrigados a viver.
Os antepassados dos atuais burakumin ganharam sua má reputação ao exercerem trabalhos desprezados. Trabalhavam, por exemplo, como coveiros, curtidores, executores e açougueiros, profissões que acolhem, ainda hoje, boa parte dessa parcela da população. Devido às suas ocupações, foram associados com morte e poluição, elementos condenados pelo Budismo e Xintoísmo de maneira tal que, por séculos, foram proibidos de entrar nos templos.
Hoje, os burakumin podem, em teoria, residir onde bem quiserem. Tal segregação, no entanto, persiste até os dias atuais, sendo os buraku, ainda, áreas que apresentam menor qualidade de vida e que concentram a maior parte de seus habitantes originais.
Os moradores, sendo todos geneticamente burakumin ou não, ainda são vítimas do preconceito.
Há estimativas de que os burakumin correspondam a algo entre 2% e 4% da população japonesa de 128 milhões de habitantes. Esse dado,