Bullying
Nos dias de hoje é inevitável não falarmos de violência, ela está presente na nossa sociedade, nas mais variadas situações do nosso dia-a-dia. Apesar da violência e agressividade já serem objeto de estudos há várias décadas, o fenómeno do bullying só se tornou objeto de investigação nos finais da década de 70 e início de 80, com os estudos de Dan Olweus (Fernandes & Seixas, 2012), em Portugal só a partir dos meados da década de 90 é que a comunidade científica e as autoridades oficiais revelaram interesse pelo estudo do bullying (Carvalhosa, Moleiros & Sales, 2009).
Não obstante o nosso estudo se limitar ao contexto escolar, é de realçar que esta problemática ocorre nos mais diversos locais, não estando confinada aos muros das escolas (Fernandes & Seixas, 2012).
Nem todos os atos de violência e agressividade que ocorrem na escola se podem chamar de bullying, para caracterizar e distinguir o bullying dos demais comportamentos agressivos, existem alguns critérios, três dos quais reúnem um elevado consenso entre a comunidade científica, são eles:
- Intencionalidade do comportamento (o comportamento agressivo com a intensão de causar dano e ganhar o controlo sobre a outra pessoa);
- Caráter repetitivo e sistémico (este comportamento ocorre de forma regular durante um certo período de tempo, não se tratando de um episódio esporádico);
- Desigualdade de poder entre os alunos envolvidos (o bullying implica que exista um elemento que domina e outro que é dominado, normalmente os agressores veem as suas vítimas como um alvo fácil (Carvalhosa, 2010; Fernandes & Seixas, 2012).
O fenómeno do bullying abrange essencialmente três tipos de intervenientes: as vítimas, os agressores e as testemunhas/espetadores (Ballone & Moura, 2005). Nesta dinâmica relacional existem, pelo menos, dois protagonistas que assumem um papel direto no incidente – a vítima, que é subjugada e maltratada (Fernandes & Seixas, 2012) com agressões do tipo físico e ou psicológico sem