BRUBAKER
O argumento desse artigo é que as ciências sociais e ciências humanas se renderam ao conceito “identidade”. Nós argumentamos que “identidade” tende a significar muito – quando entendida em sentido forte –, muito pouco – quando entendida no sentido fraco -, ou nada – por causa dessa ambiguidade.
Nós argumentamos que essa instancia construtivista prevalecente na identidade nos deixa sem uma lógica para falar sobre “identidades” como um todo e despreparados para examinar as “difíceis” dinâmicas e reivindicações essencialistas da política identitária contemporânea.
“identidade” é um termo chave do vernáculo para políticas contemporâneas, e as analises sociais devem levar esse fato em consideração. Mas isso não requer que nós usemos “identidade” como uma categoria de análise ou conceitualize “identidades” como algo que as pessoas tem, almejam, estruturam e negociam. Conceitualizar todas as afinidades e aflições, todas as formas de pertencimento, todas as experiências de uniformização, conexão, coesão, todas as auto representações e auto identificações com o termo “identidade” sela-nos com um brusco, raso e indiferenciado vocabulário.
Os usos e abusos de “identidade”, nós sugerimos, afeta não só a linguagem das analises sociais, mas também, inseparavelmente, sua substancia.
A crise da “identidade” nas ciências sociais
“identidade” e termos afins tem longa história como conceitos na filosófica ocidental, dos gregos antigos até a filosofia analítica contemporânea.
A introdução de “identidade” no interior das análises sociais e sua inicial difusão nas ciências sociais e nos discursos políticos ocorreram nos EUA na década de 60.
Por várias razões, o termo identidade demonstrou ser altamente relevante na década de 60, se difundindo rapidamente através de fronteiras nacionais e disciplinares, se estabelecendo no léxico jornalístico assim como no acadêmico, e