Bronzeamento
Michelle L. Costa Aluna de graduação do Departamento de Química da Universidade de Brasília, Brasília - DF Roberto Ribeiro da Silva Bacharel em Química, doutor em ciências pela Universidade de São Paulo. Docente do Departamento de Química da Universidade de Brasília, Brasília DF
A ciência e a tecnologia têm sido ao mesmo tempo solução e causa de problemas sociais. A seção “Química e sociedade” apresenta artigos que focalizam aspectos importantes da interface ciência/ sociedade, procurando sempre que possível analisar o potencial e as limitações da ciência na solução de problemas sociais. Este texto inicia a série falando sobre os efeitos da luz solar sobre a pele humana. Paralelamente ao efeito mais visível, o bronzeamento, a exposição excessiva ao sol pode causar eritemas e até mesmo alguns tipos de câncer, efeitos que podem ser minimizados pelo uso de loções que contenham substâncias que atuem como filtros solares. filtros solares, bronzeamento, radiação ultravioleta ma investigação histórica do banho solar entre os seres humanos traz conclusões bastante curiosas. Mesmo em uma rápida retrospectiva, verifica-se que a pele branca muitas vezes indicou posição de destaque na sociedade. Enquanto trabalhadores, servos e escravos passavam a maior parte do seu tempo ao sol, os aristocratas procuravam a sombra, carregando guarda-sóis, usando chapéus ou viseiras e ficando em lugares cobertos. Para muitos, entretanto, a Revolução Industrial levou embora a busca da palidez. Os trabalhadores, agregados em fábricas, passavam longos períodos em lugares fechados. A industrialização barateou o custo da sombra e aumentou o preço da luz solar. Quem tinha um bronzeado mostrava que tinha tempo livre e saúde para viajar aos locais onde pudessse tomar muito sol. Esta é uma versão da história. Uma outra é que na alta sociedade européia, na década de 20, o chique era ter a tez branco-leite. Somente pessoas simples, que trabalhavam nos campos, eram