Brics e bloco economico
O presente artigo visa apresentar uma discussão sobre o BRIC e o reconhecimento do peso econômico específico das economias do Brasil, Rússia, Índia e China. O acrônimo BRIC, foi usado primeiramente para identificar as economias emergentes com grandes dimensões geográfica e demográfica. Atualmente esses países passaram a ser considerados não mais apenas como ‘outros países em desenvolvimento’, mas como candidatos a desempenhar um papel de crescente importância no cenário mundial. Baseado na ideia de Baumann (2010), essa mudança de perspectiva não é apenas uma questão de semântica. O desempenho recente dessas economias e seus indicadores macroeconômicos contribuíram para uma consideração mais cuidadosa de suas possibilidades. Grandes mercados internos aumentam as possibilidades de que se possa obter ‘exportações viabilizadas pelo crescimento’, mais que um ‘crescimento liderado por exportações’, o que implica maiores espaços para um papel ativo nas relações internacionais, conforme cita Milton Santos que: A associação entre a tirania do dinheiro e a tirania da informação conduz desse modo, à aceleração dos processos hegemônicos, legitimados pelo “pensamento único”, enquanto os demais processos acabam por ser deglutidos ou se adaptam passiva ou ativamente, tornando-se hegemonizados. (2000, p. 35).
Disso se infere que é esperável que um país exitoso no conjunto dos BRIC deva ter uma capacidade produtiva ampla (agrícola, industrial e de serviços) que corresponda a seu potencial econômico, apresente uma economia relativamente estável e um perfil não muito baixo no cenário internacional. Essas são as condições que qualificam esses países para que possam participar dos grupos internacionais de alto nível decisório.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
O termo BRIC tem trajetória peculiar. Uma junção de letras a partir dos nomes de um grupo de países que se transformou gradualmente em