BRIC
Roberto Martin, professor de Geografia Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). Segundo o documento, dentro das próximas décadas, esses países ocuparão o topo no ranking das maiores economias do mundo.
"Nos últimos anos, vem crescendo a ideia de que o BRIC está tirando dos Estados Unidos, União
Europeia e Japão que chamamos de trilateral o dinamismo da economia mundial", comenta o professor. Juntas, as quatro nações respondem por 15% do produto interno bruto (PIB) do mundo e concentram cerca 40% da população total do planeta. "Brasil e Rússia possuem abundância de recursos naturais, enquanto China e Índia, de mãodeobra. É isso que lhes dá esse potencial de crescimento. Já a trilateral, embora possua capital, não tem mais para onde crescer". O especialista acrescenta que a crise econômica que atingiu o planeta no segundo semestre de 2008 contribuiu para que mundo voltasse seus olhos ao grupo. "Depois da crise, que afetou principalmente Estados Unidos e Europa, ficou muito clara a dependência econômica mundial desses quatro países".
O BRIC não é um bloco econômico como o Mercosul, nem político como a União Européia ou militar como a Otan. Tratase de um conceito que está ligado aos grandes mercados emergentes, mas que nada diz sobre o modelo econômico ou a situação política e social de cada uma de suas quatro nações. "Nessa questão ainda há muito a percorrer, principalmente para a China e a Índia, que possuem milhões de pessoas em