Breves Considera Es Sobre A Revolu O Cubana
Processo de reforma e ruptura na América Latina do século XX
Isadora Alves Bezerra de Lima
Introdução
O presente artigo se utiliza da Revolução Cubana (1959) enquanto exemplo atípico dentre as revoluções de caráter nacionalista, anti-imperialista e anti-capitalista que ocorreram na América Latina no século XX, cujo caráter diferenciado se deve ao fato de ter experimentado um grau de ruptura não experenciado pelas demais repúblicas latino-americanas em épocas semelhantes; tais revoluções apresentaram, ao decorrer de seus desenvolvimentos, forte caráter conciliador de classes.
Através do método materialista dialético1, será investigado esse fator de diferenciação, bem como os efeitos de ambos os métodos (reforma e ruptura) em Cuba e na Bolívia.2Tal metodologia, a grosso modo, opõe-se ao idealismo hegeliano por esta colocar as condições materiais(portanto, o modo de produção) como o motor de transformações sociais, em que cada tese encara sua antítese, e a síntese destas seria o elemento primordial para que a sociedade se coloque em movimento e se transforme.
Contexto Histórico
A motivação ideológica da guerrilha armada que depôs Fulgêncio Batista seguia as tendências de um contexto pós-ciclo de revoluções liberais , em que o processo revolucionário começa a adquirir caráter universal para além da Europa. Ou seja, os ideais de estratégia de luta da Primeira Internacional (1864-1874) começavam a acompanhar o caráter internacional do capital, como resume a fala de Friedrich Engels contida na obra de Guillermo Lora:
Cuando la clase obrera europea hubo recuperado las fuerzas suficientes para emprender un nuevo ataque contra el poderío de las clases dominantes, surgió la Asociación Internacional de los Trabajadores. Esta tenía por objeto reunir en un inmenso ejército único a todas las fuerzas combativas de la clase obrera de Europa y América. No podía, pues, partir de los principios expuestos en el ‘Manifiesto’. Debía tener