Breve histórico da “cisão” e da ”reaproximação” de especializações acadêmicas no interior da geografia
ESPECIALIZAÇÕES ACADÊMICAS NO INTERIOR DA GEOGRAFIA
Os componentes curriculares relacionados à Geografia Física são, em geral, tratados de modo superficial ou precário no ensino fundamental e médio. Tal afirmativa é feita a partir de experiências pessoais das autoras tanto com professores das redes de ensino público e particular da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, como em levantamentos em bibliografia específica sobre o tema, fóruns e congressos diversificados da Geografia no Brasil. A acentuação das contradições sociais, principalmente nas décadas de 60 e 70,contribuiu para profundas transformações na ciência geográfica (MENDONÇA, 2005). A necessidade de alguns geógrafos de garantir reflexões sobre os moldes da sociedade e suas dinâmicas aquela época na Geografia fizeram com que muitos cientistas incorporassem metodologias oriundas do pensamento marxista. O que podia ser ouvido à época era a defesa de uma Geografia eminentemente social, politicamente engajada, comprometida com as demandas das classes populares, uma Geografia militante (SUERTEGARAY, 2002). Isso fica claro no levantamento feito a respeito dos debates ocorridos a partir do movimento de renovação crítica da Geografia como, por exemplo, aqueles deflagrados a partir do III Encontro Nacional de Geógrafos de 1978 em Fortaleza. O ENG e a consolidação da chamada “Geografia Crítica”, a polêmica provocada pelas reformas na estrutura da Associação de Geógrafos Brasileiros em 1979, dentre outros fatores, pode ter contribuído para certo aprofundamento da dicotomia entre Geografia Física e Geografia Humana. Muitos professores passaram, então, a sentir um desconforto em manter temas relativos à Climatologia, Geologia, Geomorfologia, Hidrografia, Hidrologia, Biogeografia, Pedologia etc como prioridades curriculares. A especialização e o aprofundamento científico nesses campos era considerada alienada, um resquício da Geografia feita para