Brentano
Sobrinho do poeta alemão Clemens Brentano, lecionou em Würzburgo e na Universidade de Viena. Em 1864 foi ordenado padre, mas envolvendo-se em controvérsias sobre a doutrina da infalibilidade papal, abandonou a Igreja em 1873. Morreu em 1917, deixando uma obra volumosa.
Sua filosofia evoluiu em direção de um aristotelismo moderno, nitidamente empírico em seus métodos e princípios. Os trabalhos mais importantes de Brentano são no campo da psicologia, por ele definida como ciência dos fenômenos psíquicos (ou, o que para ele é sinônimo, da consciência). Os objetos de seus estudos não foram, porém, os estados, mas sim os atos e processos psíquicos. Segundo Brentano, o fenômeno psíquico distingue-se dos demais por sua propriedade de referir-se a um objeto, bem como a um conteúdo de consciência, através de mecanismos puramente mentais. À psicologia caberia, então, estudar as diversas maneiras pelas quais a consciência institui suas relações para com os objetos existentes nela mesma, descrever a natureza desta relação, bem como o modo de existência deste objeto.
Brentano distingue três classes de fenômenos psíquicos fundamentais: a representação, julgamento e sentimento de amor (aprovação) ou sentimento de ódio (desaprovação). Seu trabalho mais importante publicado em vida foi Psychologie von Empirischem Standpunkt (Psicologia segundo o ponto de vista empírico), de 1874. A segunda edição desta obra inclui ainda Von der Klassifikation der Psychischen Phänomene (Sobre a classificação dos fenômenos psíquicos). Sua obra póstuma mais importante é "Vom sinnlichen und noetischen Bewusstsein" (Sobre a consciência sensória e noética), de 1928. Esta obra foi publicada como terceira parte em algumas das edições posteriores da Psicologia do ponto de vista empírico. Ela apresenta o modo como o conceito brentaniano de intencionalidade foi