BRASIL SOFRE COM QUALIDADE DE ENGENHEIROS FORMADOS NO PA S
BRASIL SOFRE COM QUALIDADE DE ENGENHEIROS FORMADOS NO PAÍS
O PROBLEMA NÃO ESTÁ TANTO NO NÚMERO DE PROFISSIONAIS; ATÉ AS ESCOLAS TOP DO SETOR ENFRENTAM O DESAFIO DE REPENSAR SUA ESSÊNCIA inShare377 TÚNEL DE VENTO (À ESQ.) E LABORATÓRIO DE AUTOMAÇÃO NO ITA: ESCOLA QUER CONSTRUIR DOIS CENTROS DE INOVAÇÃO (FOTO: CLAUS LEHMANN)
Matéria originalmente publicada na edição de setembro de Época NEGÓCIOS
Esta é a primeira lembrança de Ricardo Furquim do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), onde ingressou em 2011, aos 17 anos: uma palestra longuíssima, com quase três horas de duração. Nela, um dos pró-reitores da escola discorria sobre todas as maneiras pelas quais um aluno, ao longo do curso, poderia repetir de ano ou mesmo ser desligado da instituição. E havia muitos perigos.
Esta é a primeira lembrança de Ricardo Furquim da École Polytechnique, nas imediações de Paris, para onde se bandeou em 2014, aos 20 anos: uma palestra longuíssima, com quase três horas de duração. Nela, um dos pró-reitores da escola discorria sobre as inúmeras oportunidades que os alunos, ao longo do curso, teriam para aprender e desenvolver atributos, como a vocação e o talento. E havia muitas possibilidades.
A diferença entre os dois parágrafos anteriores é, ao mesmo tempo, pequena e gigantesca. Sob o aspecto formal, eles são similares. As variações, por sua vez, ajudam – como em um pequeno símbolo – a entender um fenômeno preocupante na educação no Brasil, embora ainda pouco debatido. As principais escolas de engenharia do país estão caducando. Elas perderam o viço. Já não cumprem a missão que lhes caberia em uma economia minimamente nutrida: formar líderes, lançar no mercado jovens dispostos – e preparados – para mudar o mundo.
O déficit é de qualidade
Esse não é um tema trivial. Os engenheiros estão na linha de frente da aplicação de todo tipo de