Brasil econômico: belo monte e a contrainformação
18 outubro 2012
Artigo publicado nesta quinta-feira (18.10) no jornal Brasil Econômico, assinado pelo professor do Departamento de Estatística da Unicamp e diretor da Tecnométrica, Sebastião Amorim
Grande projeto de infraestrutura nacional, Belo Monte se posiciona, elegantemente, sobre um tripé invejável: abundante, limpo e renovável. Com a atenção bem informada da opinião pública brasileira sobre questões técnicas, sociais, econômicas e ambientais envolvidas, este projeto virá a ser um grande motivo de orgulho nacional. Qualquer linha de argumento incondicionalmente contrária ao mesmo é insustentável. Contudo, a sua paralisação sumária vem sendo exigida por diversas ONGs, muitas delas estrangeiras, com base em peças recorrentes de contrainformação. Vejamos algumas.
“Belo Monte destruirá vastos trechos de floresta amazônica virgem”. Errado. No entorno da usina a floresta virgem já há décadas não existe mais. A represa inundará cerca de 250 quilômetros quadrados desse entorno.
“Energia hidrelétrica é energia suja.” Errado! Descontado o custo econômico da implantação, Belo Monte usará, para sempre, como matéria-prima, apenas água.
Suas turbinas extrairão dessa água a energia potencial e a mesma água retornará ao rio tão limpa quanto entrou. Por outro lado, a produção anual de Belo Monte tem o equivalente energético de 5 bilhões de litros de gasolina. Enquanto a queima desta gasolina despeja na atmosfera 11milhões de toneladas de gás carbônico fóssil, Belo Monte não produz uma única molécula desse gás de estufa.
Outra: “Segundo cientista americano, represas produzem metano”. Errado. Mas é curioso como o complexo de inferioridade de certos brasileiros os leva a citar “cientista americano” para conferir credibilidade a afirmações suspeitas. Alemão também serve. O fato é que matéria vegetal em decomposição produz metano. Com o tempo, a celulose da matéria vegetal inundada pela represa irá se decompondo em metano e