Brasil colonial e revolução francesa
Segundo pesquisas, não houve um modelo único de família na América portuguesa. Ela variou de acordo com as heranças culturais, com a presença mais forte ou não das tradições do reino, com a região e com a condição social e jurídica de seus componentes. Como exemplo, podemos tomar o nordeste açucareiro, onde predominava a família extensa, um verdadeiro centro de poder econômico e político local. Além do chefe da família e sua esposa, desse tipo de família faziam parte os parentes de sangue, os parentes simbólicos (padrinhos, compadres e afilhados), os agregados ou protegidos, e até escravos. No caso dos escravos a formação e a conservação do núcleo familiar tornava-se muitas vezes quase impossível, devido ao pequeno número de mulheres em relação aos homens e às separações forçadas pelos interesses econômicos ou em função da partilha dos bens, por ocasião da morte do senhor. Nas cidades do litoral e entre indivíduos de alguma posse, talvez predominassem os matrimônios realizados segundo as regras da Igreja. No interior, muito mais comuns eram as simples uniões, consideradas ilegítimas pelas autoridades. Porém, o tipo de família que predominou nessa era foi a família formada pelo patriarca, que cuidava dos negócios, mantinha a linhagem e a honra familiar, sua mulher, seus filhos, o primogênito geralmente herdava o patrimônio, enquanto seus irmãos eram encaminhados para se tornarem bacharéis em Direito, médico ou padre; e netos, além de um núcleo secundário formado por filhos ilegítimos ou de criação, parentes, afilhados, serviçais, amigos, agregados e escravos. O modelo principal de família tinha como alicerce do núcleo familiar, o casamento, que em geral era realizado segundo as regras da igreja católica.
4- Comente sobre o controle exercido pela Igreja sobre as manifestações religiosas e no Brasil