Brasil Bossa Nova: A Insustentável Leveza da Sexta Economia Mundial
Pela primeira vez tínhamos um modelo de desenvolvimento voltado essencialmente para a consumação de um crescimento econômico acelerado, em ritmo acima dos moldes históricos tradicionais, objetivando diminuir a distância de grau de industrialização e renda em relação aos países desenvolvidos. Ora, entre 1955 e 1961 a produção de aço cresceu 100 por cento, a das indústrias mecânicas, 125 por cento, a das elétricas e de comunicações, 380 por cento, e a das indústrias de equipamentos de transportes, 600 por cento. A produção industrial como um todo cresceu 100 por cento, a taxa de crescimento foi cerca de 7 por cento ao ano, e a renda per capita aumentou 4 por cento ao ano. “Nunca antes na história deste país”, como diria outro alguém, tinha se presenciado tal dinamismo.
Todavia, como já cantavam os bossanovistas, “tristeza não tem fim, felicidade sim”. De fato, os governos posteriores perceberam que, na verdade, nunca existiu almoço grátis, tendo que – agora ao som dos tropicalistas e dos Secos e Molhados – requebrar para pagar a conta JK. Obra e investimentos representavam gastos e como não havia recursos suficientes em caixa para pagá-los, passou-se a tomar empréstimos externos e a se emitir dinheiro. Imaginava-se que o maior crescimento da economia propiciado pelos investimentos criaria no futuro os recursos para saldar os débitos.